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20 de nov. de 2007

Perfil criativo de Villa-Lobos





"Não escrevo dissonante para ser moderno. O que escrevo é conseqüência cósmica dos estudos que fiz, da síntese a que cheguei para espelhar uma natureza como a do Brasil. Quando procurei formar a minha cultura, guiado pelo meu próprio instinto, verifiquei que só poderia chegar a uma conclusão de saber consciente, pesquisando, estudando obras que, à primeira vista, nada tinham de musicais. Assim, o meu primeiro livro foi o mapa do Brasil, o Brasil que eu palmilhei, cidade por cidade, estado por estado, floresta por floresta, perscrutando a alma de uma terra. Depois, o caráter dos homens dessa terra. Depois, as maravilhas naturais dessa terra. Prossegui, confrontando esses meus estudos com obras estrangeiras, e procurei um ponto de apoio para firmar o personalismo e a inalterabilidade das minhas idéias".



"Villa-Lobos"



Villa-Lobos preocupava-se com o descaso com que a música era tratada nas escolas brasileiras e acabou por apresentar um revolucionário plano de Educação Musical.

O universo de Johann Sebastian Bach



O Regato de Leipzig e o Padre Ruivo





No dia 24, o pianista e maestro João Carlos Martins leva a você, caro ouvinte, mais um programa dedicado ao grande mestre de Leipzig: Johann Sebastian Bach. Nesse programa, especialmente, João Carlos Martins propõe uma escuta entre Vivaldi - o compositor que mais desenvolveu a forma concerto e outras particularidades do barroco e Bach, que pela sua grandeza, sintetizou em grande parte o sistema tonal. A arte barroca é, em grande parte, obra de encomenda. Os artistas eram empregados dos duques, dos príncipes, dos reis, da Igreja ou de alguma outra instituição. Foi para eles que os compositores, poetas e pintores, escreveram suas músicas, fizeram seus quadros e declamaram seus poemas. O barroco viveu de modelos, sejam eles sugeridos pela Igreja, pelo estado ou pela própria sociedade. É por isso que muitas vezes um compositor barroco é visto como pouco criativo, mesmo sendo autor de centenas de obras. Muito provavelmente, foi esse conceito de mimetismo e de modelos de que viveu a sociedade barroca, que levou autores do século XX a dizer que Antonio Vivaldi compôs 300 vezes o mesmo concerto. O barroco apresentou um grande número de compositores e um universo ainda mais difuso, complexo e maior: o dos anônimos. Novas pesquisas sempre descobrem obras desconhecidas e mestres esquecidos, num regaste histórico, cujo acesso nos parecia, até pouco tempo, não exatamente impedido, mas desinteressante.







BACH por João Carlos Martins

Sábado, 24 de novembro de 2007, 19 horas

Produção: Cynthia Gusmão - Rádio Cultura FM de São Paulo

13 de nov. de 2007

Paulo Autran e as Sete Últimas Palavras de Cristo


A sala de concerto traz até você, ouvinte da Radio Cultura FM uma das maiores jóias do classicismo vienense: As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz, Op. 51, de Franz Joseph Haydn (1732-1809). Essa não é somente uma observação de musicólogos e historiadores contemporâneos, mas também de memorialistas e cronistas do século XVIII. Haydn começou a fazer essa obra provavelmente no ano de 1786 na seqüência de uma encomenda feita pelo cabido da Catedral espanhola de Cádiz. As Sete Últimas Palavras de Cristo na Cruz está, segundo o próprio compositor, entre as melhores composições instrumentais que jamais produzira. Haydn colocava apenas uma parte do seu imenso potencial musical e estético, enquanto peça funcional, por excelência. Entretanto, o ouvinte poderá ouvir as harmonias c lássicas e o melodismo do século XVIII acompanhados ainda de uma interpretação de um dos maiores ícones do teatro brasileiro: Paulo Autran. Com uma iniciativa da Fundação Cultural Promon, nos inícios da década de 90, o quarteto Shostakovich foi convidado para fazer uma apresentação na então Sala São Luiz, com uma recepção muito favorável, lembra Carlos Siffert. Por sua iniciativa, fez contatos com o saudoso Paulo Autran e pediu-lhe que fizesse as leituras na noite da apresentação. Segundo Carlos Siffert, ele o fez com muita classe e simplicidade. Terminada a apresentação, percebeu que os russos do quarteto estavam muito emocionados - e lhe disseram que, embora não tivessem entendido uma palavra do que o Paulo dissera, ele lhes tinha transmitido a emoção, a devoção com que fizera a leitura.

Sala de Concerto, rádio Cultura de São Paulo
Quarta-feira, 14 de novembro de 2007, 22h00
Apresentação: Teça Lima

PodCast Lá Maior

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Woman holding a guitar, close-up