Kaori Muraji e "Recuerdos de La Alhambra".
Segurança, precisão e um verdadeiro prazer em executar a peça podem ser vistos na face da intérprete. Embora ela faça pouco uso de sua mão direita no sentido de aproximá-la do cavalete ou afastá-la dele, para enriquecer a sonoridade, como o faz, por exemplo, Narcisio Yepes, isso é perfeitamente superado pela habilidade da intérprete. Ela coloca todos os elementos necessários para imprimir a dose certa de sentimentos para cada compasso.
É uma composição sublime, com grau de dificuldade de execução muito elavado. Ela a executa como quem toca suas primeiras notas ao violão. Com isso, a intérprete consegue transmitir um misto de paz inabalável, às vezes melancolia e um sorriso discreto de incontida satisfação que escapa de seus dedos à medida que toda os compassos de tonalidade maior.
Muitos interpretaram essa maravilhosa composição de Tarrega e não tenciono exaltar alguns em detrimento dos outros. Nesse caso, o que se destaca é que, embora a intérprete seja precisa em cada movimento e demonstre bastante segurança ao executá-los, os sentimentos que ela conseguiu imprimir e expressar em sua interpretação, roubam a cena e fazem dessa uma das mais belas interpretações de Recuerdos de La Alhambra que jamais ouvi em todos os tempos.
Parabéns Kaori Muraji!!!
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19 de dez. de 2007
18 de dez. de 2007
O Barroco na França

A Itália fazia oposição à técnica musical da França barroca de Marin Marais, Delalande e Blavet. Criaram-se igualmente, divisões em diferentes clãs, em que argumentos de gosto e de estilística misturavam-se, por vezes, a atitudes políticas, foi esse, por exemplo, o caso das disputas entre as práticas francesas e italianas, entre lullistas e ramistas, gluckistas e piccinistas.
No princípio do século XVIII, o debate entre a música francesa e italiana ganhou novo impulso. A música italiana tinha a preferência da nobreza, e os primeiros compositores franceses de sonatas, dedicavam suas obras ao duque de Orleáns, um partidário declarado à tendência italianizante.
Alguns teóricos mais preocupados com o rigor estilístico e histórico se opuseram a uma teoria que falava de uma moral imaginária. Parece que não foi nada disso. O barroco não seria o resultado de um ideal nostálgico, mas de um conjunto de recursos, psicologicamente estudados e manejados com habilidade, partindo de grupos poderosos, mas que se estendem a todos os setores da sociedade.
Um bom exemplo é a monarquia de Luis XIV, nababesca e nada imaginária, nada nostálgica. Era a sociedade do espetáculo. Os compositores dos séculos XVII e XVIII compartilharam, assim como poetas, literatos, pintores e escultores, da premissa básica contida na Retórica de Aristóteles. A retórica talvez seja um dos aspectos mais evidentes da cultura barroca, presentes na música dos italianos ou de franceses como Marin Marais, Augustin Dautrecourt, quanto nos tratados de Gracian, Argan ou nas obras literárias de Suarez de Figueroa ou Gregório de Matos. Persuadir era despertar as vontades e não incutir o conhecimento.
11 de dez. de 2007
O piano

O piano surgiu em princípios do século XVIII, como transformação dos instrumentos de teclas, como o cravo e o clavicórdio. No início, para criar mecanismos que favorecessem a dinâmica na interpretação, criou-se o gravicembalo col pian'e forte; ou seja, um cravo ou clavicórdio que pudesse acentuar as notas, leve ou fortemente. Bartolomeu Cristofori de Padua foi um dos principais interventores na mecânica do instrumento em 1711.
Entretanto, as trajetórias históricas e timbrísticas do instrumento abrangem um período mais longo e uma geografia mais ampla. Na França, po r exemplo, apareceu em 1716 um instrumento similar; na Alemanha, surgiram, a partir de 1721, grandes construtores, como Silbermann e Schröeter.
No Brasil, os primeiros pianos chegaram devido à instalação da corte portuguesa no Rio de Janeiro e eram, assim como as questões político-econômicas, ingleses, de John Broadwood, o mesmo construtor dos instrumentos de Beethoven. Em termos de funcionalidade, o uso do instrumento no Brasil teve grande repercussão a partir da segunda metade do século XIX, sobretudo com Artur Napoleão, Leopoldo Miguez e Luigi Chiaffarelli. A compra e a utilização do piano foram tão constantes no Rio de Janeiro que a cidade já foi chamada de "Pianópolis".
6 de dez. de 2007
Talent I - Di Giorgio

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O Talent I é o grande sucesso da Di Giorgio. Violão eletro-acústico fabricado com caixa de ressonância flat e cutway, possui tampo maciço em Spruce Canadense, escala Pau Ferro com 19 trastes em alpaca importado, comprimento da escala 640mm e largura da pestana 50mm, tarraxas douradas importadas, captação ativa 4 bandas (grave, médio, agudo, presence), com afinador eletrônico DIGITAL já incluso.
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